Ei galera!
Ontem postei um poema lindo e totalmente selvagem de Manoel de Barros, e lendo um pouco sobre ele descobri que o primeiro poema do escritor foi aos 19 anos! E logo depois mergulhou em Rimbaud (e quem não viaja lendo Rimbaud?). Eu confesso demorei um pouco pra conhecer Manoel de Barros e o deixar entrar de vez na minha parede poética, e um dos primeiros poemas que eu li foi Tratado geral das grandezas do ínfimo. E depois, li com tristeza notícias que iam me aparecendo sobre sua morte. "O poeta das miudezas deixou de escrever" era o que todos diziam. E foi assim, que eu conheci sua riqueza.
Tratado geral das grandezas do ínfimo
A poesia está guardada nas palavras — é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios.
Fonte da foto - http://epoca.globo.com/vida/noticia/2014/11/bmanoel-de-barrosb-o-poeta-das-miudezas-espera-o-infinito.html
RASCUNHOS O poeta Manoel de Barros, em foto de 2006, e rascunhos do seu caderno de poesias. Há muito material inédito (Foto: Roberto Higa)