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Alguém aí quer conversar sobre Carnaval?

O que falar nesses quatro dias, se não de carnaval... Gostar de festa, de sair e festejar é sempre um tabu. Tem sempre um mimimi aqui, outro ali de que quem gosta de festa ou de beber é vagabundo. Dizem por aí que os quatro dias de carnaval são os dias de libertação, de orgia e de fuga do cotidiano (como toda festa que se preze - Brincadeirinha). Fazer o que se nesses quatro dias só se fala de carnaval? Além de ser uma festa prestigiada no mundo inteiro é muito mais que um evento, muito mais que uma simples festa, é a maior festa do Brasil. O carnaval é o momento mais animado para os que apreciam, e perturbador pra quem não curte muito. Ou seja, os que dizem que os carnavalescos são frutos da mídia, fazem apologia ao sexo, são do demônio, entre outras coisas. Eu cheguei a ouvir algumas pessoas.

E sim, o país para como qualquer outro grande evento que receba pessoas do mundo todo. Vale lembrar que é também (fator que muitas pessoas esquecem) um evento de cunho cultural. Gostos à parte, o carnaval desde a antiguidade tem um teor pagão. É visto como uma liberdade antes da purificação como na quaresma, ou da punição como ocorria na Grécia. E isso nos mostra o quanto estamos longe do que chamamos de liberdade social. Pense, é necessário um momento para sermos o que queremos ser, nos fantasiarmos como quisermos ou ao menos curtir sem sermos julgados e oprimidos. Forçados dia a dia a seguir padrões sociais o carnaval é um momento onde os infiéis traem, os que se dizem amigos mostram o quanto são, onde a falta de educação e desrespeito se unem e são bombasticamente jogados contra a sociedade. Onde libertam-se das mascaras do cotidiano e vestem-se as máscaras do alheio. O cotidiano te tira a liberdade, forçando a se mostrar uma coisa que não é. O carnaval, não instiga ninguém a fazer nada, veja, as pessoas sempre estiveram ali.

A liberdade é linda, ela mostra a realidade, ela respeita. O problema não está na festa em si, mas sim em sintetizar o carnaval em uma coisa só. O desrespeito está presente em todos os momentos, e é isso que precisa ser extinto. E não só contra a mulher, mas contra todos. Uma pessoa tem o direito de usar o que quiser e outro alguém só tem a liberdade de fazer algo se for dada a ele uma intimidade que lhe permita fazer isso. E essa intimidade não se define pela roupa que uma mulher usa. A apologia a mulher que é “dada” é um mito, a mulher tem o mesmo direito de se entregar e de fazer o que bem entender assim como qualquer um, e isso independe de datas comemorativas. Entenda, o carnaval não é do demônio, o carnaval é a indiferença com a qual a sociedade e a religião trata o que se chama de livre arbítrio. Mais uma vez, O carnaval, não instiga ninguém a fazer nada as pessoas sempre estiveram ali.

Luana Cunha


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