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O que me conforta no amor...


Brigar a gente briga mesmo. Já brigamos menos, confesso, quando éramos bem mais carinhosos, mais preocupados com a imagem, com o cabelo, com o perfume. E, assuma, faz tempo que isso não acontece... A gente foi se acostumando com a gente... Com os ciúmes, com as tardes juntos. E a convivência, nos fez briguentos demais. A época em que ficávamos agarradinhos nas festas, e que conversávamos horas e horas sem perder se quer o assunto acabou.

E então me pego olhando para o nada junto contigo, em uma noite fria em que costumávamos tomar chocolate quente e assistir romances, me perguntando o que vem depois. Depois que o tempo passa, como ele não costuma ser nosso amigo suponho que seja impossível não reparar nos detalhes do outro, nas diferenças, nos defeitos e nos dias normais. É como se nossa vida fosse um livro, que estamos relendo, com um olhar bem mais crítico.

Portanto, meu bem, não exija de mim uma "Barbie" o tempo todo, não procure em mim o que procurava nas mulheres na sua época de boteco. Não procure uma grande paixão em uma história pacata de amor. E se quiser um conselho, não torne seu amor, individualismo e possessão. Quando houver briga que seja para resolver, e não para piorar nossa convivência, para nos transformar em pessoas distantes.

O que me conforta é mesmo que perdidos e possivelmente nos fazendo a mesma pergunta, estamos olhando para uma mesma direção onde nada vai nos parar. E que apesar das brigas continuamos a fazer planos, ou não necessariamente planos, mas não posso negar que fico feliz quando você comenta sobre adotar um cachorro, um filho, comprar um guarda roupas maior. Acho que é em momentos como esse que a gente percebe que o "felizes para sempre" não é necessariamente feliz, ou muito menos para sempre. Por mim ficaria bem mais bonito o fim das histórias se elas terminassem com "e foi amor..." não é necessário dizer nada além disso para definir a eternidade de uma história completamente caótica e incrivelmente feliz.


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